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terça-feira, 19 de julho de 2011

O lugar da educação no confronto entre colaboração e competição

Nesse texto, Brant fala sobre as diversas fronts de batalha da disputa entre a competição e a colaboração, fala também como se dá essa disputa nesse novo cenário protagonizado pela rede mundial  de computadores, onde o principal produto de comercialização(a informação), é um bem  intangível e não-rival,o que o impede de ser comercializado nos moldes conhecidos até então.Para Brant a educação tem um importante papel na reorganização dessa nova realidade, pois aqui, tanto pode ser um instrumento que propicia condições para a conquista da autonomia política, como pode ser simplesmente o aparelho ideológico do estado em que se reproduz a ideologia dominante. Neste cenário, na relação com a  educação,  as tecnologias tem  se mostrado cada vez mais distante do falso perfil de neutralidade que alguns autores erroneamente insistem em forjar-la.   Apesar de ser resultante do produto do avanço do capitalismo, isso não é determinante para que as tecnologias se tornem um fator de aprisionamento cultural. Um dos exemplos mais significativos que fundamentam tal raciocínio está na utilização dessas tecnologias através da comunidade software livre. Aqui, o uso das tecnologias terá sempre um caráter colaborativo-social e acima de tudo re-significante e estruturante. Para Brant, outro elemento importante nessa disputa é sem dúvidas, o professor, pois o papel tradicionalmente desenvolvido por esse profissional perde definitivamente seu significado social, na medida em que essa nova concepção de educação exigida pelo advento das tecnologias digitais, não tem mais espaço para o professor provedor de informação e detentor  de conhecimento. Na medida em que as relações colaborativas em rede se estreitam e tornam ainda mais complexas, onde todos podem ser emissores e receptores de informação, caba cada vez mais ao professor, tornar-se um facilitador de aprendizagens, e por que não dizer também, um facilitador da aquisição de uma concepção crítica da realidade por parte dessa geração capaz de fazer tantas coisas simultâneas, chamada por alguns autores de geração “alt+tab”.   

terça-feira, 12 de julho de 2011

Estruturante x instrumentalidade

PRETTO (1996) diz que são duas as formas de utilizar as novas tecnologias na escola. A primeira seria como instrumentalidade, enquanto, que a segunda seria como fundamentação estruturante. Usá-las como instrumentalidade seria utilizar essas tecnologias apenas como recurso didático, no sentido de animar a aula, motivar os alunos e prender a atenção dos estudantes. Aqui nesse primeiro modo de uso, a educação continua estática, ou seja, da mesma forma que antes, essa foi apenas incrementada por novos e avançados recursos tecnológicos. Nesse caso, o foco está todo no equipamento, e a escola aqui possui um papel de menor expressividade. Ao utilizar as tecnologias, sejam eles um vídeo ou um software educativo de forma instrumental, para substituir a aula, e “matar o tempo” o professor perde a oportunidade de aproveitar esses elementos no sentido de contribuir para o estabelecimento de uma comunicação interativa entre alunos e professores, no debate de diferentes aspectos, incitando investigações, no entanto, nossos professores continuam em sua grande maioria, cometendo o equivoco de usar essas tecnologias digitais apenas de forma instrumental, não percebendo que dessa forma contribui apenas e cada vez mais, para o seu próprio processo de desintermediação no processo de construção do conhecimento dentro do atual contexto educacional. Infelizmente, impulsionados por diversos fatores relacionados à sua própria formação para o exercício da tarefa educativa, essa forma de utilização das tecnologias na educação, tem se tornado bastante difusa na prática docente de nossos professores. Enquanto não nos dermos conta de que tal cenário educativo exige de todos nós, a adoção de uma nova postura será ainda mais difícil contribuir de forma significativa para transformação dessa relação consumista estabelecida entre as mídias e a sociedade.
Outra possibilidade trazida por Pretto acredita na utilização das TIC como fundamento, ou seja, como elemento estruturante e carregado de uma nova forma de ser, de pensar e de agir. Na visão desse autor, o uso das tecnologias como fundamento, possibilita ao mesmo tempo seu uso instrumental, como forma de realização das atividades construtivas. No entanto, para ele o inverso não é possível, pois é improvável, que o uso das tecnologias apenas como instrumento, seja capaz de anteceder seu uso como forma de fundamentação. Aqui, a educação possui um papel fundamental, pois aliada as políticas públicas necessárias, pode contribuir, para que esse entendimento sobre as tecnologias e a educação ultrapasse os próprios muros da escola, ganhando corpo em todas as esferas sociais e contribuindo para o fortalecimento de idéias e elementos de caráter ético e cultural dos mais diferentes coletivos humanos. Não é difícil perceber que essa segunda perspectiva trazida sobre o uso das tecnologias digitais na educação possui mais consonância com a realidade das relações estabelecidas entre as novas gerações e as tecnologias digitais. Isso se torna cada vez mais perceptível na medida em que observamos a forma com que essas gerações se apropriam das tecnologias e da maneira estruturante, como constroem suas relações e a partir dessas, produzem cultura e reconstroem sua própria realidade.